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Gestão de equipes descentralizadas: como liderar com empatia por todas as culturas

Leia este artigo em inglês, francês, alemão, espanhol ou japonês.

A transição para o trabalho remoto no início da pandemia tomou a maioria de nós de surpresa. Mais de um ano depois, o retorno aos escritórios finalmente está se aproximando para muitos de nós, mas sabemos que envolverá mais do que simplesmente abrir as portas e entrar. Primeiro, porque teremos muitas a abrir. Com escritórios em nove países, a equipe global da Asana continuará descentralizada mesmo quando retomarmos a colaboração presencial.

Embora os conceitos de trabalho descentralizado e híbrido não sejam novos, talvez sejam novidade para líderes de organizações que estão tentando visualizar em detalhes como serão o trabalho e a colaboração em equipe no mundo pós-pandemia. Alguns deles talvez prefiram retornar aos modelos pré-pandemia. Para outros, entretanto, o momento atual gera a possibilidade de montar pela primeira vez uma equipe globalmente distribuída. 

É por isso que, recentemente, conversamos com dois líderes globais da Asana para saber o que pensam e quais são as boas práticas que recomendam para gerenciar equipes descentralizadas. Jessica Gilmartin chefia a equipe de marketing de receita da Asana, cujos membros estão distribuídos entre EUA, Ásia, Europa e Austrália. Joshua Zerkel, organizador profissional certificado, encabeça a equipe global de marketing de engajamento da Asana, composta por 14 membros localizados em cinco países. 

Uma das grandes alegrias de gerenciar uma equipe distribuída pelo mundo é a diversidade de perspectivas que os colegas de trabalho aportam ao grupo. O mais importante aqui é que nem todos se comunicam da mesma forma. Como o líder de uma equipe descentralizada pode fazer a ponte entre as diferentes culturas para assegurar uma coordenação ininterrupta? Confira as práticas recomendadas por Jessica e Joshua para liderar com empatia por todas as culturas. 

Antes de mais nada, eduque-se

A habilidade multicultural mais importante a ser desenvolvida é uma compreensão pessoal da cultura e dos estilos de comunicação do país onde os seus colegas trabalham. Posso dizer sem medo de errar que a maioria das pessoas não funciona como os habitantes de São Francisco, e embora eu esteja acostumado com o estilo de comunicação daqui, não devo esquecer que nem todos os meus colegas também estarão. 

Isso é algo que adquirimos com o tempo, mas que começa com a nossa própria educação. Informe-se com os noticiários regionais dos seus colegas. Acompanhar os grandes eventos que ocorrem na região deles pode ajudar a entender melhor como esses eventos os afetam. Ninguém precisa se tornar especialista numa determinada cultura nem saber tudo o que está acontecendo, mas expandir o seu contexto cultural para além da sua cidade ou país pode ajudar a demonstrar interesse pelas regiões onde os seus colegas vivem. – Joshua Zerkel

Respeite os fusos horários e feriados internacionais

Nem todos os países celebram os mesmos feriados. A forma mais fácil de acompanhar as diferentes datas comemorativas relevantes é adicioná-las ao seu calendário. Não é boa ideia agendar sem querer uma reunião no dia de folga de alguém. O mesmo vale para as diferenças de fuso horário. Por exemplo, as equipes localizadas na Ásia e na Austrália estão um dia à frente de São Francisco. Assim, se uma reunião fosse agendada para sexta-feira no horário do Pacífico, as equipes do outro lado do mundo teriam de trabalhar no fim de semana. – Jessica Gilmartin

Mantenha as comunicações por escrito breves

As comunicações por escrito são importantes para as equipes descentralizadas, mas também é bom lembrar que o idioma que usamos para trabalhar pode não ser a língua materna de um colega. Na Asana, a grande maioria das nossas comunicações por escrito relacionadas ao trabalho é mantida em inglês. Porém, descrições e comentários longos nas tarefas podem demorar muito a ser interpretados por colegas cujo idioma nativo não é o inglês. Embora seja crucial comunicar-se claramente com membros de equipes descentralizadas, procure sempre favorecer a brevidade e a clareza.

Outra vantagem de enviar mensagens breves e claras: as comunicações fora dos EUA tendem a ser mais conservadoras e menos casuais. Principalmente quando os colegas não se conhecem muito bem, uma mensagem casual pode ser interpretada como desagradável ou excessivamente informal. – Joshua Zerkel

Compartilhe as pautas das reuniões e registre as coisas a fazer

As diferenças culturais mencionadas por Jessica também vêm à tona nas reuniões. Por exemplo, colegas de certas culturas podem hesitar em expressar-se, principalmente em reuniões virtuais. O líder pode ajudar a facilitar essa partilha, basta dar a todos uma oportunidade. Tento incentivar a equipe toda a contribuir, mesmo que seja perguntando simplesmente: “Josh, gostaria de adicionar algo?”

Outra forma eficaz de incentivar a equipe toda a expressar-se durante uma reunião é compartilhar a pauta da reunião de antemão. Nessa pauta, crie um espaço para registrar notas e coisas a fazer. Assim, todos saberão claramente o que será tratado e o que precisam fazer depois da reunião. – Joshua Zerkel

Considere as normas culturais ao dar feedback

Cada cultura tem suas normas de comunicação. A cultura alemã, por exemplo, é mais direta do que a estadunidense. Percebi que meus colegas alemães preferiam um feedback direto e claro, uma comunicação objetiva. Por outro lado, os colegas do Japão tendem a dar feedback ou pedir ajuda com menos frequência, pois esses comportamentos não são habituais na cultura japonesa. 

Não existe forma certa nem errada de comunicar. A função do líder de uma equipe descentralizada não é padronizar as normas de comunicação. Por isso, esforce-se por entender as normas e preferências culturais de cada membro da sua equipe para melhor fazer a sua gestão. – Jessica Gilmartin 

Quer mais dicas e boas práticas? Leia os outros artigos da nossa série de gestão de equipes descentralizadas

Special thanks to Jessica Gilmartin and Joshua Zerkel

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