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Quer produzir mais trabalhando menos? Experimente a humildade.

Um novo estudo apresentou descobertas que os líderes de grandes empresas deveriam conhecer.

Por que todos os executivos deveriam conhecer esta nova pesquisa? As descobertas dela são essenciais para líderes de empresas que querem que as suas organizações avancem com agilidade e foco, pois quando dados, boas práticas e contatos valiosos permanecem isolados, o compartilhamento de informações não se dá e não é possível produzir mais com menos.

Os pesquisadores responsáveis por este novo estudo explicaram que gestores que têm um senso de superioridade supervalorizam as informações e os comportamentos dos seus próprios departamentos e, ao mesmo tempo, desvalorizam o conhecimento de outros departamentos da mesma corporação.

Abhinav Gupta, professor associado da Universidade de Washington e coautor do artigo da pesquisa, explicou à Asana que os líderes de grandes empresas devem ajudar os seus gestores a reconhecer os seus próprios vieses, que os impedem de trabalhar de maneira ágil em períodos de incerteza.

Caso você seja líder de uma grande empresa e queira produzir mais com menos, é essencial garantir que as informações fluam entre os departamentos.

Para conduzir o experimento, o professor Gupta e os seus colegas entrevistaram 118 líderes de subsidiárias de uma grande corporação de recrutamento com escritórios em 78 cidades da China. Embora a pesquisa tenha sido feita em um único país, os resultados são válidos para praticamente qualquer empresa do mundo.

O estudo foi publicado na edição de abril de 2022 da Strategic Management Journal.

Assim como muitas empresas que têm metas diversificadas, uma corporação de recrutamento deve ser flexível. Ainda assim, a indústria de recrutamento não se atualizou com os recursos tecnológicos e os modelos de negócios que podem melhorar a flexibilidade e a clareza para aumentar o sucesso, de acordo com os pesquisadores:

“Embora a indústria de caça-talentos tenha se desenvolvido rapidamente com a expansão econômica da China nos últimos anos, a tecnologia e os modelos de negócios deste setor ainda são imaturos, e não há referências ou boas práticas bem estabelecidas.”


Os resultados da pesquisa apontaram que os gestores de nível sênior (que a pesquisa identifica como chefes de departamento) que relataram ter características narcisistas estavam ativamente atrasando ou obstruindo o compartilhamento de informações (a título de informação, os pesquisadores usaram o quesitonário NPI-16 para a coleta de dados).

“Quando se é um gestor responsável por decisões relacionadas aos recursos humanos e se precisa pensar em quem ocupará as funções essenciais para o compartilhamento de conhecimentos na empresa, é preciso assegurar-se de não colocar uma pessoa [que apresente características narcisistas] numa posição que supervisionará a contratação de ainda mais pessoas com essas características.”

Dessa forma, esses chefes de departamento estavam diminuindo a clareza entre os departamentos e limitando a flexibilidade na corporação. A idade média dessas pessoas era de 31 anos, sendo que 54% eram mulheres e 78% tinham diplomas de graduação ou pós-graduação.

Embora seja difícil suprimir “metacaracterísticas” de personalidade, como o narcisismo, elas não devem desqualificar automaticamente as decisões de um gestor ou da empresa.

“Uma coisa que pode fazer a diferença é levar a pessoa a reconhecer os seus próprios vieses”, diz o professor Gupta.

O professor Gupta explicou à Asana que não é má ideia um gestor reconhecer as suas próprias características narcisistas — como preferir ser o centro das atenções em vez de se misturar com a multidão.

“Uma coisa que pode fazer a diferença é levar a pessoa a reconhecer os seus próprios vieses”, diz o professor Gupta.

Os diretores que supervisionam a contratação em várias equipes devem contratar gestores de integração que incentivem o compartilhamento de informações entre departamentos.

Os chefes de departamento cujas personalidades estejam mais próximas da humildade e da empatia — ou, se não estiverem, que consigam agir com humildade e empatia — são melhores para o compartilhamento de informações na empresa, possibilitando que ela produza mais trabalhando menos.

Os autores escreveram que fazer as equipes entrarem em sintonia umas com as outras é mais fácil com gestores que conseguem “derrubar os obstáculos à transferência de conhecimento entre as unidades”:

“Os chefes de departamento menos narcisistas são mais tolerantes e se sentem menos ameaçados pelo fato de não serem superiores ou distintos dos outros, o que também derruba os obstáculos à transferência do conhecimento entre as unidades.”

O professor Gupta descobriu que empresas em evolução e que atuam em múltiplas áreas criam um ambiente no qual os chefes narcisistas valorizam muito as informações dos outros departamentos. Quando faltam recursos ou conhecimentos e essa lacuna de conhecimento ou orçamento afeta toda a empresa, o compartilhamento de informações se torna menos problemático entre os departamentos.

“Se esses gestores conseguirem encontrar uma desculpa no ambiente, a necessidade pessoal de manifestar tais comportamentos é reduzida ou mitigada”, diz o professor Gupta.


Resumidamente: para tomadores de decisões das maiores empresas do mundo, “liderar em meio a incertezas” significa, muitas vezes, produzir mais com menos. Uma operação essencial para as empresas que tentam produzir com menos é o fluxo livre de informações entre as subsidiárias, para que toda a organização consiga trabalhar de maneira mais ágil e eficaz. Criar transparência pode aumentar a confiança entre os líderes de diferentes departamentos e, com a confiança, é possível se concentrar nas atividades fundamentais.

Leia este artigo em inglês, francês, alemão, espanhol ou japonês.

Special thanks to Abhinav Gupta, professor associado de Administração, bolsista Michael G. Foster da Foster School of Business, Universidade de Washington

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